sábado, 1 de novembro de 2008

Ciclismo ganha cada vez mais adeptos !


Gente de todas as idades rende-se aos benefícios das duas rodas.
Empresário com mais de 70 anos e mecânico de automóveis são dois exemplos encontrados pelo labor.
19 quilómetros!
É o trajecto que António Moreira percorre de bicicleta todas as manhãs para chegar de sua casa, em Mansores, à oficina, em S. João da Madeira, onde trabalha como mecânico de automóveis. É mais conhecido por António “Arouca” ou António “Fausto” e, há 20 anos, iniciou uma rotina que o fez perder 27 quilogramas. Diz que foi por isso que começou a pedalar: para perder peso. Hoje é o mais elegante duma família com tendência a engordar.
Com 50 anos acabados de fazer, António não se fica pelos 38 quilómetros diários. Na viagem de regresso a casa, aproveita para fazer mais alguns. “Nos dias grandes, vou por Vale de Cambra e Arouca”, conta ao labor, e em certos domingos vai ainda mais longe. “Já fui a Penafiel, Amarante, Fátima...”. Por ano, encaixa entre 20 mil e 22 mil quilómetros.
Sendo mecânico de automóveis, é, no mínimo, curioso que António Moreira use o carro unicamente para ir ao médico ou ao futebol. “É muito raro”, diz. Dos automobilistas não tem, aliás, grandes recordações. “Já fui atirado para a valeta muitas vezes”, conta, “olhe as medalhas”, atenta, mostrando as nódoas negras nas pernas.
António “Arouca” vem todos os dias de Mansores para S. João da Madeira.
Pedro Costa, gerente de um estabelecimento de venda de bicicletas, já teve experiências piores. Ele e o primo, o falecido atleta Bruno Neves, já chegaram mesmo a ser ameaçados com uma arma de fogo. “O comportamento dos automobilistas é muito mau”, lamenta. “Já tive muitas chatices na estrada, do género ultrapassagens rentes, ao ponto de me atirar para a valeta, e atravessarem-me o carro à frente. Apanha-se de tudo”.
O jovem foi atleta de competição em ciclismo de estrada até ao ano passado, altura em que a sua equipa, o Vitória de Guimarães, foi extinta. Hoje continua a competir em BTT e faz três a quatro passeios por semana com um grupo de Nogueira do Cravo, percorrendo, de cada vez, uma média de 60 a 70 quilómetros em estrada ou 40 a 50, se optar pelo mato. Habituado a circular pelo interior das cidades, Pedro Costa gostava que os automobilistas vissem os ciclistas como mais um veículo, respeitando-os como tal.
Lourival Costa não tem esse tipo de problemas, porque raramente entra nas cidades. O empresário de 74 anos prefere a serra e a praia como destinos de passeio, sendo a zona industrial das Travessas o mais próximo que a sua bicicleta chega de um centro urbano. Começou a pedalar há 20 anos por opção. Os efeitos que sentiu na sua forma física fizeram-no continuar e fazer do passatempo uma rotina que cumpre uma a duas vezes por semana. “Sinto-me muito bem”, garante ao labor.
Um estudo da Universidade de Colónia, Alemanha, avalia os efeitos do ciclismo de acordo com a idade do ciclista e com a duração do exercício. A indivíduos entre os 20 e os 30 anos tonifica, diverte e proporciona bem-estar; dos 30 aos 45, diminui o metabolismo e relaxa; entre os 45 e os 60 anos, fortalece o sistema imunitário e funciona como exercício cardiovascular; depois dos 60 é ideal para trabalhar a postura e retardar o envelhecimento. Pedalar durante 10 minutos trabalha as articulações; durante 20 fortalece o sistema imunitário; durante 30 melhora a função cardíaca; durante 40 aumenta a resistência; durante 50 diminui o metabolismo; durante 60 reduz a massa gorda; mais do que isso, tem efeitos anti-stress e proporciona bem-estar geral.
(foto gentilmente cedida pelo clube btt TerraBatida)
Jornal "LABOR"

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